quinta-feira, 23 de março de 2017

Um belo horizonte



Acordei no meio do dia, no meio da cama,
no meio do meu sonho de amor
pra caminhar sozinho entre prédios lotados de pessoas que eu não conheci.
Passa pra lá, pra cá,
poste
hidrante
carro
ônibus
A luz do sol pinga dos meus olhos,
burburinho no ouvido.
Sonho que sonhei cidade.
Cidade grande, que move
corre, bagunça
e não sai do lugar.
Só contorno,
pé no chão, asfalto poeira e quem sabe
voltar pra casa não seria melhor,
depois de sonhar que
viajo sozinho na janela panorâmica
de um belo horizonte.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Lil Bunny

               





It lives there
in a small cage by the plants.
it's black eyes show me simplicity.

Does it know how it is?
how big is the world
or the universe
or how small is a grain of sand?

it eats, sleeps
looks at me and sit.
in it's little head, i know,
is hiding the meaning of everything.

a lovely  creature
with  warm ears and soft fur
don't you have worries?
do you even dream?

it doesn't matter.
we are going to sleep tonight,
and tomorrow we gotta wake up
to do the same things over again


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Sentado no frio esperando algo,
derramo meu olhar tátil ao meu parceiro infinito.
Abraço um arbusto que fere minha carne.
Passarinho chamando carinho, no colo e no sol, pousa em mim calminho.
Distribuindo pensamentos de metrópole azul,
sorriso de multidão pra encher o copo.
Levanto e caminho pisando em passos que pisaram meus.


Na noite quente dentro do carro eu suspiro.
Que aroma verde, doce e suave.
Que vermelho de sangue, olhos cansados.
Parado ali a lua me olha,
cabeça sorrindo baixa,
 e olhos de flecha que transpassam e reconhecem adoráveis,
agora que o silencio é quebrado.
E pego minha alegria
que só pode ser dupla,
abrindo e lambendo nuvens no céu da boca,
doces e derretidas até piscar a outra luz.
Caminhamos por rodas.
É que acordo, e na beira da cama meus pés balançam sobre um abismo.
Olhos tristes, e lá está : O peixe solitário na água oleosa do meu suor noturno.
Sonhos e latas vazias.
A morte existe e eu não durmo a noite.
Trombo em você pelos becos e ruas enquanto vislumbro seus olhos na iluminação fraca.
Juntos seguiremos,
E de manhã meus olhos se fecham respirando fumaça do relógio que levou o tempo dos meus braços.